terça-feira, 21 de agosto de 2007

Amores de Estudante (VII)

- Talvez seja melhor termos um pouco mais de juízo. Isso aqui pode não ser seguro. Ainda aparece a Polícia ou pior…
Ele levantou a cabeça já bastante despenteada que emergiu de baixo da capa dela. Tinham-se escapulido para o meio do jardim, uns arbustos mais altos que formavam um copa em que se tinham tentado confundir com a noite. Ainda assim a vontade de parar era menos que nenhuma. Beijavam-se já há bastante tempo e entretanto aumentara a confusão em que ambos se acendiam e a ele, nesse momento, pouco apetecia retirar a mão do seio dela, quente e nem demasiado grande nem pequeno.
- Tens razão. Mas eu aqui estou como peixe fora de água, como sabes. Para onde é que eu te levo agora?
- Anda!
E levantou-se, fugindo-lhe e rindo. Ele correu atrás dela apanhando-a ainda em pleno relvado onde a fez cair uma vez mais, beijando-a. Ela abalou novamente, desta vez em direcção ao carro, onde entraram. Compôs a roupa e ajeitou o cabelo em desalinho.
- Já é tarde. Sabes o nome da Pensão em que ficaram? Eu levo-te lá.
- Não faço a menor ideia. E no estado em que estou neste momento, mesmo que soubesse…
- Não dizias, não era? – Riu-se ela – Bom, então talvez haja outra maneira se prometeres portar-te bem.
Levou-o internando-se na cidade, segundo percebeu, lá para os lados de S. Bento. Encontrou um lugar de estacionamento numa rua secundária ladeada de plátanos onde parou. Beijaram-se de novo até que ela decidiu sair levando-o para uma outra transversal onde alguns metros à frente parou, metendo as mãos ao bolso.

- Vivo aqui, anunciou.
- Ena, que grande prédio. Vivem cá muitas pessoas?
- Nem por isso. A maior parte dos apartamentos está arrendada a estudantes e professores, mas aqui à volta existem cada vez menos moradores. Toda a gente se queixa que isto está a ficar cada vez mais deserto.
- E em tua casa?
- Bom, além da minha prima, mais duas colegas. Mas hoje não está cá ninguém – disse numa voz sussurrada e que ele entendeu num misto de confissão e provocação.
- E arranjas-me aí um canto para ficar até de manhã?
- Se te portares bem, pode ser que sim – prometeu entrando no átrio do prédio. Agarra-te a mim porque não há luz nas escadas.
Ele não pensou duas vezes colando-se a ela e deixando-se conduzir pelo escuro. Na verdade, levaram mais de meia hora a subir dois lances de escadas até à porta do apartamento. Qualquer tropeção ou esbarramento era motivo para mais uns minutos de carinhos trocados. Por fim, lá entraram numa casa típica de estudantes em que ele não estanhou a desarrumação de livros e roupas nem os parcos móveis que constituíam o seu mobiliário.

1 comentário:

J.Pierre Silva disse...

Isto promete!
Davas um argumentista de eleição para umas filmagens eróticas!
Como o gajo não interessa, cá os leitores masculinos bem que gostariam de mais uns quantos descritivos sobre a menina. Nada de morada ou telefone, apenas uma descrição física mais....... elucidativa! hehehehe

Estou a gostar!